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A violência contra a mulher foi uma grande pauta do Carnaval 2016. A articulação de blocos e grupos de mulheres que se mobilizaram pelo combate a todos os tipos de violência geraram discussões sobre o tema e o aumento do número de denúncias de violência contra a mulher.
 
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon e o Data Popular ouviu jovens entre 16 e 24 anos em todo o país e mostrou que 79% das mulheres já foram assediadas. Ou seja: oito em cada dez mulheres já receberam cantadas violentas ou foram abordadas de maneira agressiva em festas ou lugares públicos. Quatro em cada dez já tiveram o corpo tocado sem consentimento, três em dez já foram beijadas à força.
 
O carnaval de rua é palco de muitas dessas violências, período em que se evidenciam práticas machistas e a cultura do estupro, que responsabiliza a mulher pelo assédio pelo assédio sofrido (pelo fato de estar sozinha, de vestir determinada roupa, etc). A pesquisa mostrou também que 80% dos homens acham incorreto que uma mulher fique bêbada em uma festa.
 
Mafoane Odara, que coordena a área de Enfrentamento à Violência Doméstica do Instituto Avon, falou sobre a importância de uma mudança desse comportamento em entrevista ao Bom Dia Brasil: “A gente não quer acabar com a curtição do Carnaval, com as paqueras, muito pelo contrário: a gente está querendo encontrar um jeito onde todo mundo se divirta. Porque o Carnaval é para todos nós, e para ele ser para todos, eu preciso me sentir respeitada assim como você”.
 
Cada vez mais mulheres estão se mobilizando em relação ao tema: em 2016, elas mostraram que o Carnaval também é lugar de combate à violência contra a mulher. A revista AzMina lançou a campanha #CarnavalSemAssédio, em parceria com o bloco Mulheres Rodadas e outros grupos, lançando uma cartilha que explicava  aos homens como se comportar nos blocos. O Instituto A Mulherada, que surgiu em 2001 em Salvador, o bloco Mulheres Rodadas, fundado no Rio de Janeiro em 2015, e a campanha Apito Contra o Assédio, lançada no início deste ano por três jovens em São Luiz do Paraitinga, são outros exemplos de grupos criados para defender os direitos da mulher, que usam o carnaval para abordar questões como a violência doméstica e sexual, assédio e machismo.
 
Denúncias de violência contra a mulher triplicaram no Carnaval
 
Apoiado pelo Fundo ELAS através do Fundo Fale Sem  Medo, nossa parceria com o Instituto Avon, o Instituto A Mulherada combate a violência o ano todo. "As meninas vinham [para as aulas de percussão, dança afro e inclusão digital que oferecem] e depois sumiam, e aí fomos investigar. Muitas das mulheres sofriam violência em casa dos maridos, ou eram lésbicas e sofriam preconceito da família", disse Mônica Kalile, presidente-fundadora do bloco A Mulherada. "Decidimos criar, em 2007, a