Fundos brasileiros participam de encontro internacional para debater justiça climática e de gênero

O ano de 2023 está caminhando para ser o ano mais quente já registrado na história. Nesse ano, continuam os ataques contra indígenas, quilombolas, a população negra, e outros. A devastação dos biomas brasileiros continua. Inundações, secas, ondas de calor, e outros eventos climáticos extremos se tornam mais frequentes. Mas a emergência climática enfrentada não afeta igualmente todas as pessoas, colocando sob maior risco as comunidades já expostas a diversos fatores vulnerabilizantes, mas que também são guardiãs de saberes ancestrais e fontes de inovações em seus territórios.
Com vistas a contribuir com essas comunidades, o ELAS+ Doar para Transformar participou da reunião da Aliança Global por Ações Verdes e de Gênero (GAGGA – sigla em inglês), que ocorreu entre os dias 4 e 7 de setembro em Amsterdã, na Holanda. Essa aliança é composta por organizações de base comunitária, ONGs e Fundos, com o objetivo comum de promover a justiça climática, unindo a força coletiva de movimentos que defendem gênero e meio ambiente ao redor do mundo. A aliança defende um mundo capaz de garantir que os direitos das mulheres à água, comida, segurança e a um ambiente saudável e limpo sejam respeitados. Os fundos brasileiros presentes na reunião foram o ELAS+, representado por Savana Brito, e o Fundo Casa Socioambiental, representado por Vanessa Purper.
Durante os quatro dias do encontro, as organizações de GAGGA compartilharam sobre suas regiões e pensaram em articulações regionais e inter-regionais. Essas organizações entendem que os desafios vão além de qualquer fronteira, que unem povos e biomas em redes de interdependência. Por isso, durante o encontro, buscaram fortalecer o apoio e a colaboração, especialmente com indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais, assim como comunidades de periferias. Participaram do encontro fundos de todas regiões do Sul Global, ONGs e organizações de base comunitária, buscando articular formas de contribuir por uma Justiça Climática construída a partir dos territórios e com a visão dos grupos desses territórios.
Enquanto tantos desafios continuam, também continua a luta coletiva pelo direito e pela proteção das comunidades e da natureza. Uma luta que transpassa fronteiras e que tem tantas mulheres à frente, defendendo seus saberes, seus corpos, suas comunidades e seus territórios. Dando continuidade a essa luta e mobilização, o ELAS+ e as organizações da aliança GAGGA estarão presentes na COP28, defendendo os direitos das mulheres, de suas comunidades e do meio ambiente.