O Instituto Avon e o ELAS Fundo de Investimento Social promoveram entre os dias 11 e 13 de abril, no Rio de Janeiro, um encontro nacional de organizações dedicadas a desenvolver projetos em resposta à violência doméstica e que terão o apoio do Fundo Fale Sem Medo. Dos 658 projetos recebidos no último edital público, foram selecionadas 33 propostas de 17 estados de todas as regiões do país, que vão receber, ao todo, R$ 2 milhões em doações.
O II Diálogo Nacional sobre Violência Doméstica é um encontro de fortalecimento para debater as iniciativas apoiadas no edital 2016 do Fundo Fale Sem Medo, trocar informações com especialistas em gênero, direitos humanos e violência doméstica, identificar ações que possam ser fortalecidas e incentivar o trabalho em rede.
Além de trocarem experiências, as organizações passaram por um processo de formação em comunicação e desenvolvimento de ações conjuntas, num amplo diálogo com jornalistas, publicitários, defensores públicos, representantes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e especialistas no tema da violência doméstica.
A participação presencial nos Diálogos é restrita às organizações apoiadas pelo Fundo Fale Sem Medo, mas pela primeira vez houve transmissão ao vivo pela internet para que todas e todos pudessem acompanhar os debates.
“Para o Fundo ELAS, este evento é um momento único e estratégico da luta democrática pelo direito das mulheres a uma vida sem violência, fruto do excelente trabalho que os movimentos de mulheres negras e de feministas têm realizado nos últimos 30 anos e do engajamento e compromisso do Instituto Avon com o fim da violência doméstica no Brasil, iniciativa que conquistou alianças importantes no Poder Legislativo, Judiciário, Executivo e com organismos internacionais multilaterais”, diz KK Verdade, coordenadora executiva do Fundo ELAS.
Programação
Foram 3 dias intensos de atividades. Logo no primeiro dia, após a abertura e a apresentação do edital 2016 do Fundo Fale Sem Medo, a mesa “Diálogos sobre Violência Doméstica e Desafios ao Marco Legal” reuniu Nilcéa Freire (Fundação Ford), Jacira Melo (Agência Patricia Galvão), Teresa Cabral (Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do Estado de São Paulo), Vilma Reis (Defensoria Pública do Estado da Bahia), Jackeline Romio (Dossiê Mulheres Negras e Violência Doméstica), Marcia Thereza Couto (Faculdade de Medicina da USP) e Adriana Ramos de Mello (Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher). Nesse mesmo dia, 11 de abril, as representantes dos grupos apoiados também apresentaram os seus projetos.
O segundo dia de atividades teve dois temas centrais: comunicação e desenvolvimento institucional das organizações de mulheres. Se a internet tem se consolidado como um espaço de formação e mobilização política, ela também tem sido terreno fértil para reprodução de opressões contra as mulheres &