Pesquisadora francesa visita a sede do ELAS+ e enaltece fortalecimento dos movimentos feministas no Brasil
Em visita ao Brasil para participar de palestras sobre neoliberalismo e a divisão sexual do trabalho, a professora francesa Jules Falquet esteve na sede do ELAS+, no Rio de Janeiro. Feminista e integrante do Departamento de Filosofia da Universidade Paris 8, ela acompanhou o processo de criação da organização e se disse impressionada com os resultados alcançados nesses 22 anos de trajetória do fundo. Destacou também o fortalecimento dos movimentos feministas negro e indígena, acreditando que potentes transformações estão sendo construídas.
“É importante o desenvolvimento de pessoas indígenas e de mulheres negras como intelectuais. Não apenas lideranças políticas, mas tem a ver também com o acesso à universidade e a questão das cotas. Isso ajuda a fazer mudanças profundas e os resultados apenas estão começando a ser produzidos. Ainda veremos muito mais”, celebrou a professora. Ela citou ainda as nomeações de mulheres para chefiar os recém-criados Ministérios dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial como resultado desse fortalecimento.
Há mais de 30 anos Jules Falquet realiza pesquisas relativas ao papel das mulheres nos diversos campos de atuação, com análises feitas pela ótica decolonial e dedicadas a investigar as imbricações de gênero, raça e classe.
Além da França, América Latina e Caribe fazem parte dos objetos de estudo de Jules, especialmente México e Brasil. A primeira visita que fez ao nosso país foi em 1998, para ver de perto a atuação das mulheres no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
No Brasil, para participar de atividades na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a professora revelou que ao voltar para França vai levar na mala livros sobre o processo brasileiro de escravidão – tema de novas pesquisas que ela está desenvolvendo.