Nos dias 24 e 25 de julho, o Coletivo de Mulheres Negras do Mato Grosso do Sul realiza o Seminário “Vozes Negras Femininas, Aqualtunes, Nzingas, Dandaras e Acotirenes soltam suas vozes”, na cidade de Araraquara (SP). Voltado para a discussão sobre a violência doméstica contra mulheres negras, o seminário tem apoio do Elas Fundo de Investimento Social através do Fundo Fale Sem Medo, uma parceria com o Instituto Avon que apoio 31 projetos em todo o Brasil. O seminário encerra um ciclo de oficinas que o coletivo realizou em 24 cidades das cinco regiões brasileiras.
O evento faz parte de uma intensa agenda espalhada por todo o país dedicada ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho. O dia 25, entretanto, é muito mais do que uma data comemorativa: é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. Instituída em 1992, no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, a data foi criada para dar visibilidade e reconhecimento à presença e à luta das mulheres negras na América Latina.
No Brasil, desde 2014 a data é também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu no atual estado do Mato Grosso, no Brasil, durante o século 18. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído e sua população foi morta ou aprisionada.
A ex-senadora Serys Slhessarenko, autora do projeto da lei que instituiu a data, destaca que, em toda a América Latina, apenas o Brasil ainda não comemorava o Dia Internacional da Mulher Negra em 25 de julho. “É preciso criar um símbolo para a mulher negra, tal como existe o mito Zumbi dos Palmares. As mulheres carecem de heroínas negras que reforcem o orgulho de sua raça e de sua história”, disse, na ocasião de aprovação da lei.
Além do Coletivo de Mulheres Negras do Mato Grosso do Sul, diversas organizações e grupos de mulheres negras estão em luta e em festa em todo o Brasil. A Associação das Mulheres Quilombolas de Capoeiras também realiza um ato em celebração ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e pelo fim da violência contra a mulher. O evento acontece dia 25 na sede do Bangu, em Capoeiras/Macaíba (RN), a partir das 11h30. A programação inclui uma feijoada, palestras e apresentações culturais. O ato encerrra o projeto "Mulheres em Ação: carinho sim, violência não!", apoiado pelo Fundo Elas através do Fundo Fale Sem Medo, uma parceria com o Instituto Avon.
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– Na quinta-feir