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O movimento de mulheres negras, em crescente articulação por todo o Brasil e em parceria com o Fundo Elas, prepara marcha nacional inédita contra o machismo e o racismo em Brasília. A marcha, idealizada em novembro de 2011 no "Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI: Encontro Ibero Americano do Ano dos Afrodescendentes", acontecerá no dia 18 de novembro de 2015 com o tema "Contra o racismo e a violência e pelo bem viver".

Visibilidade e identidade das mulheres negras, violência de gênero, racismo institucional e genocídio da juventude negra são alguns dos temas que integram a pauta da Marcha das Mulheres Negras. No Brasil vivem cerca de 49 milhões de mulheres negras, pretas e pardas, uma população que tem seus direitos humanos sistematicamente violados por meio de práticas machistas e racistas.
 
Agenda intensa em todo o país
 
Uma intensa agenda tem mobilizado mulheres em todo o país na preparação da Marcha. Em cada estado há coordenações locais que vêm promovendo oficinas (de geração de renda, uso de novas tecnologias e outras), atividades culturais e debates sobre direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais. A multiplicação de iniciativas como a Marcha do Orgulho Crespo, o Julho das Pretas, oficinas de turbantes e blogs e comunidades virtuais de feministas negras não deixa dúvidas de que a negritude feminina está na ordem do dia.
 
“É um momento muito rico da militância de mulheres negras, mas ainda não considero suficiente”, diz Neusa das Dores Pereira, uma das fundadoras do Fundo Elas e diretora executiva do Centro de Documentação e Informação Coisa de Mulher (CEDOICOM). “Temos ainda muito que caminhar e conscientizar, especialmente porque também estamos convivendo com um movimento contrário muito grande, de forças conservadoras contrárias a nossa conquista de direitos”, afirma Neusa.
 
“Desde que a ideia da Marcha surgiu, em 2011, cada estado vem se articulando na sua construção. Pensando em garantir um processo democrático, de que todas as mulheres negras e pardas pudessem participar, foram criados três GTs: comunicação, mobilização e estrutura. As reuniões são periódicas, abertas para todas e descentralizadas para garantir a participação de mulheres de todas as regiões do estado”, explica Eliana Maria Custódio, Gerente do Programa de Empreendedorismo e Economia Criativa do Fundo Elas.
 
“No Rio de Janeiro, também foram organizados alguns atos para chamar a atenção da sociedade sobre a proposta da marcha e seus objetivos: ações como uma feijoada cultural em Niterói, a distribuição de material na Central do Brasil, a participação no desfile na Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense e, mais recentemente, a Pré-Marcha, que ocorreu no último domingo em Copacabana”, completa Eliana.
 
Para Neusa das Dores Pereira, a mobilização tem funcionado e gerado uma articulação muito positiva. “O Coisa de Mulher está participando