Justiça Climática e

Ativismos Feministas:

IMPACTOS E SOLUÇÕES

Um retrato abrangente sobre como as organizações de mulheres estão sendo impactadas por eventos climáticos extremos, as soluções e respostas que vêm desenvolvendo em seus territórios e os desafios e estratégias de mobilização de recursos nesse contexto.

Qual o universo da pesquisa?

São 1.280 organizações da sociedade civil lideradas por mulheres cis, trans e outras transidentidades, sobretudo negras, indígenas, lésbicas, de periferia, do campo, da floresta e de outros territórios, de todas as regiões do Brasil.

1280 grupos

+ de 500 municípios

37,9% afirmam ter sofrido com eventos climáticos extremos

+ de 10 categorias de soluções mapeadas

97% dos grupos afirmam encontrar obstáculos na mobilização de recursos

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GLOSSÁRIO DE TERMOS E SOLUÇÕES
CLIMÁTICAS LOCAIS MAPEADAS

Mitigação

Intervenção para reduzir as fontes ou aumentar os sumidouros de gases de efeito estufa. Incluem atividades que evitam emissões e atividades de sequestro de carbono.

Portanto, ações que mantêm a floresta em pé, ou promovem agriculturas regenerativas em áreas de pastagens, podem ser consideradas ações de mitigação, assim como ações que buscam evitar a extração de petróleo.

Adaptação

A adaptação é o processo de ajuste às mudanças climáticas presentes ou futuras, com o objetivo de reduzir danos ou aproveitar oportunidades.

As ações das organizações na adaptação promovem resiliência, trazendo soluções baseadas nos territórios e enfrentando as raízes das causas que expõem certas populações a maiores perigos, como o racismo ambiental.

Perdas e danos

Se referem aos impactos adversos observados e/ou aos riscos projetados das mudanças climáticas. Esses impactos podem ser econômicos e/ou não econômicos.

As organizações e grupos se mostram rápidas e inovadoras nas respostas às emergências climáticas, fazendo bom uso dos recursos das comunidades. Elas também se mostram conhecedoras dos caminhos para acessar direitos.

Confira as outras categorias de soluções e respostas no relatório completo!

"Após implementar um projeto de agricultura urbana e implementar tecnologias sociais com foco no empoderamento feminino e na economia solidária através da moeda social, o resultado foi uma comunidade mais envolvida e atuante, produzindo valor em rede, de mulheres para mulheres da mesma comunidade, transformando um deserto alimentar em um território produtivo e abundante

"[As organizações e iniciativas] se organizaram imediatamente para escrever um Protocolo de atendimento para meninas e mulheres em meio a crise climática no Rio Grande do Sul, pois em seguida que ocorreram os abrigamentos, as denúncias de abuso e violência nos abrigos começaram a emergir, fazendo com que fossem organizados abrigos exclusivos para mulheres e filhas e filhos. O protocolo após passar pelo foi aprimorado pelo Ministério das Mulheres e publicado na última semana de maio. O documento traz recomendações para ações de resgate, atendimento e encaminhamento das mulheres em meio à crise climática."

"A economia da nossa aldeia está baseada na agricultura familiar e de subsistência, como a caça, a pesca, os frutos que colhemos é a principal renda gerada para nosso grupo de mulheres é através da venda dos artesanatos que produzimos, por isso os recursos naturais são fundamentais para nossa qualidade de vida e alimentar, tornando a sustentabilidade crucial para a sobrevivência da nossa comunidade."

"Construímos uma agenda por políticas públicas que vem se desenvolvendo por meio de incidências, formação e controle social, em particular na questão do acesso à saúde, direitos sexuais e reprodutivos, justiça ambiental e a soberania alimentar. Pós COVID19 iniciamos um projeto de horta urbana que além de uma estratégia de mobilização e organização política das mulheres, vem se consolidando como fonte de alimentação saudável, para 15 famílias, diretamente. O que faz com que atualmente sejamos referenciadas na cidade como a primeira experiência coletiva de agroecologia urbana e como uma organização ambientalista e feminista."

"Mulheres assentadas, produzem alimentos agroecológicos e os transformam em uma grande diversidade de alimentos; geleias, doces, chás, bebidas, pães, biscoitos, conservas, dentre outros. Também são extrativistas, coletam frutos e plantas fitoterápicas, utilizam as polpas e comercializam as sementes nativas do Cerrado que são comercializadas e inseridas na cadeia de restauração do bioma, exemplo: mangaba, baru, pequi, cagaita, araticum… há um aproveitamento integral do fruto e o complemento do ciclo de vida da sociobiodiversidade nativa"

"Hoje somos 500 professores indígenas que atendem 7.637 alunos em 201 escolas, 170 com formação superior. Defendemos uma educação bilíngue, intercultural e diferenciada, valorizando as culturas e tradições indígenas, preparando-os para os desafios do século XXI. Reconhecendo a rica diversidade de expressões de gênero, [a organização] combate a discriminação e promove a igualdade de oportunidades para todas as pessoas indígenas, assim como trabalha para fortalecer a consciência ambiental dos povos indígenas e sua capacidade de se adaptarem às mudanças climáticas"