Desde o primeiro edital realizado pelo ELAS+, o Fundo vem apoiando grupos de mulheres intrinsecamente ligadas à terra, à natureza e ao meio ambiente. É a partir deste desejo, de uma sociedade livre do domínio patriarcal sobre a natureza e sobre os corpos e mentes, que o ELAS+ lança seu programa destinado à justiça de gênero, racial e ambiental: Justiça Climática, Territórios e Cidades.
Mulheres se destacam quando tratamos de proteção e justiça ambiental, trazendo soluções de seus territórios, enquanto enfrentam as principais consequências das emergências climáticas. Ainda que seja comum que mulheres sejam parte fundamental da defesa dos territórios e de suas comunidades, elas ainda enfrentam dificuldade de acesso a recursos, uma vez que a maior parte dos investimentos nessa área são destinados para organizações e empresas distantes dos territórios, diminuindo a eficácia do apoio e por vezes aumentando a vulnerabilidade das populações que buscam apoiar.
A estratégia do ELAS+ no trabalho com os grupos apoiados conta com três pilares: grantmaking, fortalecimento de movimentos e fortalecimento de capacidades.
Os grupos selecionados recebem apoios flexíveis que podem ser usados para o fortalecimento institucional. O ELAS+ é pioneiro nessa modalidade de grantmaking no Brasil, e foi uma conquista possível graças à confiança entre o ELAS+, os movimentos sociais e as organizações parceiras. Os recursos flexíveis permitem que os grupos respondam diretamente às demandas dos seus contextos, ajudando os grupos a fortalecerem seus movimentos como um todo.
O ELAS+ também atua realizando incidência para decolonização da filantropia, buscando mais e melhores recursos para as iniciativas dos territórios, influenciando o ambiente filantrópico na defesa de apoios flexíveis e evitando a imposição de ideais colonizadores ou assimilacionistas aos grupos.
Entendemos que os verdadeiros impactos sociais apenas são possíveis partindo dos territórios e do fornecimento de recursos para as comunidades mais afetadas. É a incidência desses grupos que deve liderar as tomadas de decisão, a formação das políticas públicas, e a supervisão da implementação dessas políticas, além de monitorar e denunciar as violações de seus direitos.
Objetivo de possibilitar o acesso a recursos para grupos liderados por mulheres cis e trans para fortalecer suas lutas por justiça racial e de gênero. Desde seu primeiro Edital, o ELAS+ se dedicou a apoiar organizações lideradas por mulheres originárias e de povos tradicionais.
Participação do evento com parceiros como Global Greengrants Fund, The International Network of Women’s Funds, The Alliance of Funds, Fundo Casa Sociambiental, entre outros. O objetivo da cúpula era incentivar a cooperação entre fundos de diferentes países nesse tema que atravessa fronteiras.
Uma das iniciativas resultantes da Conferência de Bali, a aliança GAGGA reúne o poder coletivo dos movimentos de gênero, clima e justiça ambiental em todo o mundo. O ELAS+ se une oficialmente à GAGGA em 2021, quando a Aliança passa a abarcar o Brasil.
O ELAS+ realizou uma parceria para pesquisa sobre as principais ameaças que grupos liderados por mulheres em defesa da água enfrentam. Ouvindo mulheres indígenas, quilombolas, marisqueiras, assentadas, entre outras, o ELAS+ pôde ver como esses grupos enfrentam desafios vindos do governo e de grandes empresas, entender suas estratégias, e identificar como apoiá-las.
Dentre os 259 grupos apoiados, 50 eram liderados por indígenas e mais de 10 eram grupos quilombolas. Além desses, mais de 40 grupos não-indígenas trabalhavam com soberania alimentar, adaptação às mudanças climáticas em contexto urbano e outras pautas relacionadas à justiça socioambiental.
O movimento #PhilanthropyForClimate inclui vários compromissos filantrópicos nacionais sobre as alterações climáticas e o Compromisso Internacional de Filantropia sobre as Alterações Climáticas.
Intensificando o apoio que o ELAS+ já realiza desde a sua fundação, o programa foi criado para fortalecer grupos liderados por mulheres cis, trans e outras transidentidades que defendem seus territórios e a natureza em todos os biomas brasileiros. Além disso, seu desenvolvimento visa influenciar a filantropia e investidores sociais a aumentar a quantidade e a qualidade de recursos direcionados para mulheres e seus territórios.