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Marcha das Mulheres Negras 
terá primeira edição nacional em 2015
 
 
 
Agendada  para o dia 18 de novembro de 2015,  a Marcha das Mulheres Negras se posiciona  Contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver.


As mulheres negras representam 25% da população brasileira, somam 49 milhões de pessoas e enfrentam cotidianamente os problemas de uma sociedade onde ainda imperam muitos elementos de um regime escravocrata e patriarcal.
 
Entre os maiores problemas enfrentados pelo grupo social estão  questões como a da violência, o do acesso à saúde de qualidade e da liberdade e respeito ao culto de divindades de matriz africana.  Segundo Angela Gomes, uma das integrantes do comitê organizador da Marcha,  70% das mulheres negras morrem dentro do espaço doméstico e isto é ignorado pelos dados oficiais. 
"Não estamos reivindicando só a vida dos negros. Nós, mulheres negras, estamos reivindicando nosso projeto de vida, a gente tem um projeto de vida que não é esse projeto que está colocado ali", diz Angela. Ela acrescenta que foi a população negra que teve papel fundamental na construção do Brasil.  "Há 300 anos não temos reparação da nossa história. Ao contrário, mulheres negras ganham 48% do salário das mulheres brancas na mesma função", comparou.
E não é só aí que residem as diferenças. A taxa de mortalidade materna não cai no mesmo ritmo dos números das mulheres brancas; os casos de violência contra a mulher não são, em geral, apurados; a inserção no mercado de trabalho ainda está muito vinculada aos serviços domésticos; entre outras.  A marcha vai marcar posição sobre estes e outros pontos tais como a titulação e garantia das terras quilombolas; o fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões sumárias às mulheres negras em casas de detenções; a investigação de todos os casos de violência doméstica e assassinatos de mulheres negras, com a punição dos culpados.
Lúcia Xavier, coordenadora da Organização Não-Governamental (ONG) Criola e integrante da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) afirma que um avanço já foi conquistado: a implantação, nos últimos anos, de políticas públicas voltadas à população negra. Porém, agora é o momento de fazer com que isto chegue a todos. “Já temos conselhos, leis e mecanismos dentro do Estado, agora queremos mostrar tudo isso e seguir com nossas pautas de reivindicação junto à sociedade como um todo”, expôs.
Para Lúcia, ainda são muitos os elementos na estrutura social do país que remontam a um regime escravocrata e patriarcal. “Infelizmente, ainda agora, mulher negra e doméstica s