No dia 18 de novembro acontece em Brasília a Marcha das Mulheres Negras, primeira mobilização que reunirá mulheres negras de todo o país na luta contra as discriminações que afetam as mulheres negras brasileiras. Idealizada em novembro de 2011 no "Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI: Encontro Ibero Americano do Ano dos Afrodescendentes", a Marcha das Mulheres Negras será um grande ato "Contra o racismo e a violência e pelo bem viver".
Visibilidade e identidade das mulheres negras, violência de gênero, racismo institucional e genocídio da juventude negra são alguns dos temas que integram a pauta da Marcha das Mulheres Negras. No Brasil vivem cerca de 49 milhões de mulheres negras, pretas e pardas, uma população que tem seus direitos humanos sistematicamente violados por meio de práticas machistas e racistas.
Conselheiras do Fundo ELAS convidam para a Marcha das Mulheres Negras
Conselheiras do Fundo ELAS, que desde a sua fundação apoia o movimento de mulheres negras no país, falam da importância dessa mobilização inédita.
“Essa é uma manifestação inédita mas as propostas são antigas, remontam a alguns séculos de luta pelos direitos da população negra e especialmente das mulheres negras. É uma marcha contra o racismo e a violência, que são velhos conhecidos nossos, retratados nos números e pesquisas acerca da condição das mulheres negras e do que elas enfrentam no dia a dia”, explica Lúcia Xavier, que integra o Conselho Deliberativo do Fundo ELAS e coordena a ONG Criola.
“A marcha vem denunciar que há uma certa invisibilidade dessas mulheres. Apesar de termos avançado muito, ainda estamos fora dos processos de decisão. Nossa palavra não é tida como capaz de representar a parcela da sociedade que compomos, estamos ausentes do campo das decisões políticas. A marcha tem esse sentido. E o ponto mais importante é que, além de fazer a denúncia do racismo e da violência, de trazer à tona todos esses elementos, pretende oferecer um conjunto de concepções pensando na sociedade como um todo – traz a noção do bem viver como possibilidade de novas relações em toda a sociedade”, completa Lúcia.
Para Suzimar Clementino, vice presidenta do Conselho: “A Marcha das Mulheres Negras é muito importante porque aquela máxima é verdadeira: a união faz a força. São muitas mulheres juntas com o mesmo propósito, de buscar o respeito à mulher negra, a capacitação dessa parcela da população, a igualdade de gênero e raça. É muito positiva essa união do Brasil todo para encaminhar aos governantes nossas demandas, buscando uma voz no meio desse preconceito todo que existe em nosso país, haja vista o que aconteceu com a Taís Araújo. O caso dela chegou ao público porque ela é famosa, ma