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KK Verdade tem uma longa relação com o Fundo ELAS. Ativista feminista lésbica, KK conheceu o Fundo ELAS quando integrava a Coturno de Vênus – Associação Lésbica Feminista de Brasília. Depois disso integrou o Conselho do Fundo ELAS, foi gerente de programas e desde 2014 atua como coordenadora executiva.

Celebrando o Dia da Visibilidade Lésbica, KK nos deu uma entrevista em que comenta sua trajetória como ativista, a relação do Fundo ELAS, organização fundada por 5 ativistas feministas lésbicas, com o movimento de mulheres lésbicas, e também o momento atual de rearticulação e fortalecimento desse movimento no país.
 

Quando e como você se reconheceu enquanto ativista feminista e como começou a atuar na luta pelos direitos das mulheres?
 
Eu me descobri feminista quando eu conheci uma professora feminista em Brasília, ela era lésbica e dizia que ser feminista era uma construção crítica de si mesma, uma construção e descontrução crítica de si mesma diária. E ela dizia também que feminista era quem não tolerava machismo, o mundo dos homens oprimindo as mulheres. E aí eu me identifiquei imediatamente com isso, porque enquanto lésbica eu já de forma meio espontânea era contra essas opressões dos homens, eu negociava muito pouco com opressões, com machismos, com tratamento diferenciado entre homens e mulheres. Não precisava ficar justificando isso na minha vida. Então foi “ah, não sabia que eu era feminista mas sou desde sempre”. Aí eu descobri também que estava sempre envolvida com a luta das mulheres.
 
A minha primeira atuação em uma organização da sociedade civil foi em uma ONG LGBT lá de Brasília, e dava pra notar que os homens tinham mais espaços, tinham um papel mais nobre na organização, de dar entrevistas e tal, e as mulheres tinham um papel mais interno, desde cuidar da limpeza, atender telefone, cuidar do dia a dia da ONG. E aí isso já foi horrível, foi muito ruim perceber essa diferenciação. Então a gente organizou um núcleo de lésbicas dentro dessa organização por meio do qual a gente conseguia ter uma reunião específica para  mulheres e também dava uma prioridade para o nosso ativismo enquanto mulheres dentro da organização – porque até o nosso ativismo ficava diluído naquelas atividades de rotina, sabe? Então também acho que as primeiras beneficiárias do meu ativismo fui eu mesma e nossas companheiras de dentro da ONG. E consequentemente as meninas que a gente reunia da comunidade LBT.
 
E aí é uma coisa impressionante: no mesmo momento em que você começa a se dar conta do quanto você está sendo oprimida, discriminada, você vai abrindo espaço para ouvir de outras discriminações que as mulheres estão vivendo, aí o ativismo nunca mais acaba, porque sempre tem um motivo para você lutar, para você continuar, para você se impor contra uma injustiça. Sempre tem um bom motivo para continuar lutando, sempre vale a pena continuar lutando. 
 
Sua primeira relação com o Fundo ELAS foi como integrante de um dos grupos apoiados, em um edital focado em Diversidade Sexual lançado em 2008, que