Barraca de direitos no Saara, terreiro, bingo, gastronomia e montagem de buffet, rádio comunitária, arte e cultura, futebol, grafite e planejamento da cidade. O que essas ações têm em comum é a liderança de mulheres na prevenção da violência e no incentivo às suas comunidades para o acesso da Lei Maria da Penha. Financiado pelo Instituto Avon em cooperação inédita com a ONU Mulheres e apoio do Fundo ELAS, o projeto “Educação para os Direitos das Mulheres: Disseminando Conhecimento sobre a Lei Maria da Penha e seu Uso” beneficiou 11 grupos e coletivos comunitários na Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Complexo da Maré, Morro do Vidigal, Pavão, Pavãozinho, Tavares Bastos, Formiga – todos na capital fluminense – e em Duque de Caxias, São João do Meriti e São Gonçalo.
Os projetos-piloto realizados no estado do Rio de Janeiro acessaram os recursos do Fundo Fale Sem Medo, parceria entre e o Fundo ELAS e o Instituto Avon, no valor total de R$ 300 mil. Foram selecionadas no primeiro edital do Fundo Fale Sem Medo, lançado em 2013, cujos projetos foram executados ao longo de 2014. O terceiro edital de seleção de projetos recebeu inscrições até 20 de janeiro de 2016. Neste concurso, mais de R$ 3 milhões serão investidos no total. Serão apoiados 30 projetos de todo o país.
Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, os projetos tiveram resultados imediatos e de longo prazo pela relação que elas têm com suas comunidades. “Os recursos, o reconhecimento do trabalho e a capacitação são empoderadores das mulheres. Esse poder você vê na vida delas e das comunidades”, afirma Gasman.
“Eu nunca me vi como líder. Hoje, eu faço as pessoas se sentirem líderes. Eu me capacitei e procuro capacitar as outras mulheres”, diz LucyLayne Nascimento, multiplicadora da Casa Mulher Trabalhadora (CAMTRA), que realiza oficinas com mulheres jovens em Duque de Caxias.
No Morro do Vidigal, a Associação de Mulheres de Ação e Reação (AMAR) criou o projeto Matriarcado Empoderado: Mulheres do Vidigal contra a Violência de Gênero. Foram realizadas oficinas de expressão corporal, de arte do pincel e bingo Maria da Penha. “A nossa base de luta é o combate à violência contra as mulheres. Mas o nosso acolhimento inicial é com a base da saúde e com ela trabalhamos a cultura africana. Foi a forma que a gente encontrou. Fizemos um diálogo direto entre nós e a comunidade”, conta Aline Fernandes, presidenta da AMAR
Aliando comunicação e viver sem violência como direitos humanos, no Complexo do Alemão, as mulheres discutem os seus direitos nas ondas do rádio. “A base da rádio são mulheres da comunidade. As rádios comunitárias são ambientes muito machistas. Hoje, eu sou diretora de gênero da Associação de Rádios Comunitárias do Rio de Janeiro”, destaca Sheila Andrade, coordenadora da Rádio Mulher.
No Complexo da Maré, o empoderamento das mulheres se dá pelo conhecimento sobre a sua própria condição e pela inclusão produtiva. “O projeto se organiza em duas vertentes: qualificação profissional e geração de renda. Além das aulas de gastronomia, a gente tem oficina de gênero e cidadania. A gent