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O Instituto Avon lançou no dia 3 de dezembro a pesquisa Violência contra a mulher no ambiente universitário, que revela a percepção e comportamento das(os) estudantes diante do tema. A pesquisa foi lançada no 3º Fórum Fale Sem Medo, realizado com o apoio institucional do Instituto Patrícia Galvão, do Ministério Público de São Paulo, da Defensoria Pública de São Paulo e do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
 
Realizado pelo Data Popular, o levantamento foi feito com 1.823 estudantes (mulheres e homens) de todas as regiões do país, sendo que mais da metade das(os) entrevistadas(os) (51%) têm entre 16 e 25 anos, 53% são da classe média e 76% estudam em faculdades particulares.
 
“A pesquisa foi muito importante para quebrar um grande mito de que a violência contra a mulher está fortemente ligada à escolaridade ou ao nível socioeconômico de quem a pratica. Os muros das universidades não estão impermeáveis ao machismo que acontece no restante da sociedade brasileira", disse Renato Meirelles, presidente do Data Popular, à Agência Brasil de Comunicação.
 
Segundo Meirelles, 2,9 milhões de mulheres já sofreram algum tipo de violência física nas universidades. “Isso é mais do que a população de 90% das cidades brasileiras", destaca. Casos de estupro foram apontados por 14% das estudantes, e 11% disseram já ter sofrido tentativa de abuso sexual por estarem sob o efeito de bebida alcoólica. Em relação ao assédio sexual, 73% disseram conhecer casos; 56% declararam-se vítimas e 26% confessaram ter cometido algum tipo de assédio. Há situações de professores terem oferecido “presentinhos em troca de uma prova mais fácil”.
 
Uma estudante relatou que “uma menina foi estuprada na festa, dormindo. Em outra festa, soube que deram droga para outra sem ela saber, e também foi estuprada”. Já um dos alunos disse que “tem mulher que não se respeita, que usa umas roupas pra se oferecer”.
 
Do total de alunas consultadas, 42% declararam que já sentiram medo de sofrer violência no ambiente universitário e 36% contaram ter deixado de fazer alguma atividade em função desse temor. Nos relatos, segundo o Data Popular, elas justificaram que “têm a percepção de que não apenas criminosos externos, mas também colegas, professores e parceiros do cotidiano podem ser protagonistas de violências, que vão da desqualificação intelectual ao assédio moral e sexual, chegando ao estupro”.
 
“Se não desnaturalizar o preconceito e a violência contra a mulher, ela vai continuar nutrindo as próximas gerações”, disse a presidente do Instituto Avon, Alessandra Ginante, na 3ª edição do Fórum Fale Sem Medo, onde também foi lançado o 3º edital do Fundo Fale Sem Medo.
 
Edital do Fundo Fale Sem Medo apoiará grupos de estudantes
 
O novo edital do Fundo Fale Sem Medo também apoiará grupos de estudantes e tem como um de seus objetivos fortalecer a participação da juventude no combate à violência contra a mulher.
 
Com o 3º edital do Fundo Fale Sem Medo, o Fundo ELAS e o Instituto Avon